terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Artigo de Design-Based Research (DBR)

O estado da arte da investigação com base em Design


  1. Quais os aspectos mais inovadores da abordagem apresentada?
Ann Brown (1992) e Allan Collins (1992) introduziram o termo design experiment em 1992 como uma abordagem inovadora para pesquisa educacional. As bases da abordagem, no entanto, foram criadas muitos anos antes, também conhecida como desenho de experimentos, projeto de pesquisa ou investigação baseada em design,por outros pesquisadores. A abordagem apresentas pontos inovadores tais como:
_O teste e refinamento é realizado nas configurações do mundo real.
_DBR tem potencial para revitalizar as abordagens de investigação existentes em tecnologia educacional.
_Mesmo que as configurações de investigação mude radicalmente, o objetivo permanece o mesmo com uma base empírica sólida.
_Uso de muitas estratégias de recolha de dados diferentes incluindo transcrições de áudio, revisões de carteira de estudante, avaliações de e-mail entre os professores, observações etnográficas e vídeo.
_Características essenciais da abordagem:

resolução de problemas complexos nos contextos reais em colaboração com os profissionais;

integrando princípios de design conhecido e hipotético affordances tecnológicos para processar plausíveis soluções para esses problemas complexos;

realizando consulta rigorosa e reflexiva para testar e refinar a ambientes de aprendizagem inovadoras, bem como para definir novos princípios de design.

  1. De que forma se relaciona com as abordagens tradicionais descritivo/qualitativo e/ou experimental/quantitativo?
Existem muitas variáveis que não podem ser controladas em experimentos de concepção, os pesquisadores devem "tentar otimizar tanto o design quanto possível e para observar atentamente como os diferentes elementos estão trabalhando, tais observações, exigem métodos quantitativos e qualitativos, embora aja incerteza da Comunidade de pesquisa educacional. No momento, há divisão entre investigadores que defendem métodos estritamente quantitativas ou qualitativas e consideram que "métodos mistos estão longe de ser comum" Além disso, a realização de experiências de desenho não oferece um procedimento formal para a combinação de dados coletados por meio de métodos mistos.


  1. Que dificuldades antecipam na sua implementação?
Existe um consenso geral que normas DBR precisam ser definidas, abordando questões como:

Quais tipos de conhecimentos deve DBR se esperar gerar?
Que exigências teóricas devem ser impostas  a DBR?
Que tipos de investigação podem ser considerado DBR?
Que tipos de investigação podem ser considerado DBR?
Que tipos de conhecimento podem DBR se espera gerar?
Como pode DBR contabilizar a geração de quantidades extensas, muitas vezes excessivas, de dados?
Que exigências teóricas devem ser impostas a DBR?
Que normas devem julgar a qualidade da DBR?
Em que medida pode DBR ser classificado como científico?



4) Quais as principais implicações/conclusões?

Os autores abordam vários pontos importantes sobre a natureza da DBR, são discutidos incluindo suas características essenciais, a introdução e o refinamento dos conceitos teóricos, a amplitude teórica da abordagem, seus fundamentos científicos e a unidade de investigação socialmente responsável e há vários modelos teóricos que tentam descrever as características do DBR, bem como uma variedade de teorias de aprendizagem.
Bannan-Massaru (2003), apresenta cada etapa da DBR sob as principais rubricas de "exploração, (b) promulgação, (a) informado (c) a avaliação: impacto Local e (d) avaliação: impacto mais amplo" .
Reeves (2000) propõe estágios de DBR usando títulos semelhantes mas mais descritivos: "Análise de problemas práticos por pesquisadores e profissionais," "b desenvolvimento de soluções com um quadro teórico,"(c)"Avaliação e teste de soluções na prática,"e (d)"Documentação e reflexão para produzir 'princípios de design'.
Há um consenso geral que normas DBR precisam ser definidas.
Os autores levantam mais perguntas do que respostas neste momento.



REFERÊNCIA:

MURDOCH RESEARCH REPOSITORY

Peterson, R. and Herrington, J. (2005) The state of the art of design-based research. in: World Conference on E-Learning in Corporate, Government, Healthcare, and Higher Education(ELEARN)2005, 24-28 October 2005, Vancouver, Canada.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

HIPERESPAÇOS PARA A EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO FORMAL e INFORMAL

MESTRADO EM COMUNICAÇÃO EDUCACIONAL MULTIMÉDIA

UC – HIPERESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

HIPERESPAÇOS PARA A EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO FORMAL e INFORMAL

Docente: Daniela Melaré

Mestrandos: Maria Cristina Massondo Pereira

Emanuel Filipe Marques Silva

I

Vivemos hoje, uma intensa virtualização em todos os aspectos de nossa vida e com a educação não é diferente, todos os dias temos novas possibilidades dos novos recursos e novas formas de ensinar e aprender.

A educação no virtual exige, novas formas de ensinar e aprender e para tal, é necessário que se perceba as potencialidades e possibilidades existentes de ensinar e aprender, basta entender, compreender as caracteristicas, elementos e possibilidades existentes hoje no virtual. Nessa nova realidade educacional em que vivemos o processo ensino aprendizagem vem a ser imensamente facilitado e enriquecido nesses novos e potencias ambientes virtuais de aprendizagens, potencialidades estas que não se estagnam na capacidade do recurso a ser utilizado, pois facilmente combinamos esses recursos e ampliamos de forma imensurável tais possibilidades de ensino e aprendizagem em qualquer maneira que estes possam ocorrer seja presencialmente, seja no ensino aprendizagem a distância e ou ainda informal, não formal ou informalmente.

No contexto empresarial, esta aprendizagem é muito importante e as TIC têm um papel cada vez mais importante, nomeadamente a Internet.

Há já algumas empresas, que se preocupam com esta temática, e consideradas “pioneiras” ou early adopters conforme o “Estudo Aprendizagem Informal e Utilização das TIC nas PME Portuguesas” produzido pela Associação Industrial Portuguesa.

Conforme o diagrama seguinte, podemos perceber que no contexto empresarial, as TIC, e os hiperespaços de aprendizagem potenciam de facto a aprendizagem informal.

A organização deve adoptar estratégias de formação incentivando os trabalhadores numa primeira fase a adquirirem as competências necessárias a nível das TIC, para numa fase posterior integrá-los em redes de aprendizagem, onde possam trocar conhecimentos e experiências. Desta forma, as empresas conseguem ter recursos humanos bastante especializados e com elevado número de competências e conhecimentos, potenciando assim a capacidade de resposta da empresa às crescentes exigências do mercado.



Porém, ainda existem alguns entraves à utilização das TIC com objectivos de aprendizagem em contexto empresarial, no sector da industria.

É necessário criar uma estrutura na organização que promova este género de aprendizagem, estabeleça os canais necessários entre os trabalhadores, as suas expectativas de aprendizagem e as necessidades da empresa, disponibilizando espaços virtuais e acesso aos mesmos com conteúdos formativos referentes às áreas de trabalho da empresa, e também com outros conteúdos interessantes aos seus trabalhadores com vista a potenciar os seus conhecimentos. Ao criar este clima de aprendizagem, todos saem a ganhar, e sem dúvida que as TIC são um excelente parceiro.



Ensinar no virtual significa não somente utilizar ferramentas e aplicativos da Internet, mas principalmente saber utilizar esse aplicativos, softwares, interfaces e recurso como forma e como conteúdo.

Aprender no virtual, deve-se ter o uso contínuo e a aprendizagem pode ocorrer de maneira formal, informal e não formal. O virtual é por si só um espaço de aprendizagens contínuas, oferece-nos oportunidades de escolhas e formas de escolhas que nos ensinam na medida em que temos de ler, assimilar e aprender as utilizar tanto recursos como opções e serviços disponibilizados.



APRENDIZAGEM FORMAL:

A educação formal tem objectivos claros e específicos e é representada principalmente no ensino escolar institucionalizado, cronologicamente gradual e hierarquicamente estruturado, pelas escolas e universidades. Depende de uma directriz educacional centralizada como o currículo, com estruturas hierárquicas e burocráticas, determinadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores dos ministérios da educação.

A aprendizagem formal está vinculada a objetivos, competências e habilidades e para isso conteúdos específicos são trabalhados e há uma série de elementos didático-pedagógicos sobre o uso desses potenciais.

Nas escolas, também o ensino está em constante evolução, por isso a utilização das TIC neste contexto tem ganho muita importância.

Com o acréscimo de utilização das TIC por parte dos adolescentes e jovens em contexto não-formal, através das redes sociais e outros espaços virtuais, a aprendizagem formal, pode e deve fazer uso desta oportunidade a fim de aproximar os conteúdos educativos dos alunos.

Os hiperespaços de aprendizagem e a aprendizagem formal:

Plataformas virtuais de aprendizagens - Ambientes virtuais de aprendizagens Moodle, Eproinfo, Teleduc, etc...

Blogues - Interação assíncrona, amplia do processo ensino aprendizagem para além da sala de aula, partilha de informação e proporciona feedback;

wikis - Interação assíncrona, pode incluir imagens e sons;

E-portefólios - Interação assíncrona, permite registro e auto avaliação;

E-books - Interação assíncrona, circulação e atualização de textos e conteúdos.

APRENDIZAGEM NÃO FORMAL:

A aprendizagem não-formal, define-se como qualquer tentativa educacional organizada e sistemática que, normalmente, se realiza fora dos quadros do sistema formal de ensino.

Relativamente à aprendizagem formal, a aprendizagem não-formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Os programas de educação não-formal não precisam necessariamente seguir um sistema sequencial e hierárquico de “progressão”. Podem ter duração variável, e podem, ou não, conceder certificados de aprendizagem.

Este tipo de aprendizagem é normalmente associado a empresas exclusivas ou não de formação que disponibilizam cursos de duração variada, específicos e vocacionados para um publico alvo.

Os hiperespaços de aprendizagem e a aprendizagem não formal:

Foruns - Interação assíncrona, cria noção de comunidade, proporciona discussão e construção coletiva;

Tutoriais - Interação assíncrona, facilita o acesso a ferramentas, partilha de informação;

wikis - Interação assíncrona, construção coletiva;

Chat - Interação síncrona, motivação comunicação em tempo real, facilita a criatividade, e a noção de comunidade.

Youtube - Interação assíncrona, partilha de vídeos, registos, atualização;

Grupos - Interação assíncrona, partilha de informações, construção coletiva.


APRENDIZAGEM INFORMAL:

A aprendizagem informal é aquela na qual qualquer pessoa adquire e acumula conhecimentos, através de experiências diárias em casa, no trabalho e no lazer.

A aprendizagem informal é baseada na aquisição de conhecimento através de estudos e experiências auto-motivadas e com a globalização e a Internet, é possível expandir os horizontes interagindo com outras pessoas que já resolveram ou têm uma visão ampliada. As redes sociais configuram-se num espaço totalmente propício à educação informal, pois proporcionam recursos e serviços virtuais que facilitam a interação, socialização, partilha e construção colaborativa de conhecimentos.

Os hiperespaços de aprendizagem e a aprendizagem informal:

Blogues temáticos - Interação assíncrona, amplia do processo ensino aprendizagem para além da sala de aula, partilha de informações, facilita a autoria e proporciona feedback;

Chat - Interação síncrona, motivação comunicação em tempo real, facilita a criatividade, e a noção de comunidade.

Fóruns - Interação assíncrona, cria noção de comunidade, proporciona discussão e construção coletiva;

Games - Interação síncrona/assíncrona, explorar diferentes identidades, motivação colaboração;

Redes sociais - Interação síncrona, motivação comunicação em tempo real, facilita a criatividade, espontaneidade, noção de comunidade.

Lista do Top 100 hiperespaços de 2011:


CONCLUSÃO:

Encontramo-nos perante uma nova era educacional onde predominam a utilização de novos espaços de aprendizagem colaborativa e interativa. Esta evolução obriga a uma nova abordagem e desenho de novos modelos pedagógicos centrados na autonomia, na flexibilidade e no aluno através dos hiperespaços de aprendizagem, onde o aluno é o sujeito ativo e construtivo de seu próprio conhecimento.

Os hiperespaços para a educação formal, não formal e informal abrem novas possibilidades na aprendizagem ao longo da vida, contudo é importante não descorar os desafios que apresentam. O paradigma do virtual possibilita entender uma nova potencialização do processo ensino aprendizagem, pois este oferece novas diretrizes para a educação.

Quanto à educação formal é importante flexibilizar os conteúdos programáticos, de forma a acompanhar as novas mudanças, como refere Siemens, “Elearning and flexible learning are closely linked. Essentially, elearning is the realization of the theoritial/conceptual components of flexible learning”.

Para os profissionais da educação, é importante proporcionar formação que envolvam experiências pedagógicas diferenciadas de acordo com a formação inicial de cada educador, sem este passo todas as ferramentas entretanto já criadas não são utilizadas convenientemente.

Relativamente às competências adquiridas ao longo da vida, exteriores aos contextos formais, também é importante criar metodologias e ferramentas de um reconhecimento académico e social. Pois a sociedade atual e o mercado de trabalho são cada vez mais exigentes quanto à experiência e formação dos trabalhadores. Com esta evolução, também evolui o sector empresarial e melhoram também os níveis de qualidade de vida dos trabalhadores, pois a educação é a base para a construção da sociedade real por meio da sociedade virtual e os hiperespaços de aprendizagem.

REFERÊNCIAS:

Associação Industrial Portuguesa - Confederação Empresarial. Aprendizagem informal e utilização das TIC nas PME Portuguesas. Lisboa: AIP, 2010. Disponível em:http://www.creativelearningconference.com/docs/Sintese_Aprendizagem_Informal.pdf Acesso em: Dez/2011.

Jacobucci, Daniela (2008). Contribuições dos Espaços Não-Formais de Educação para a Formação da Cultura Científica. Disponível em

http://www.seer.ufu.br/index.php/emextensao/article/viewFile/1675/1439 Acesso em: 09/11/2011

José Bidarra de Almeida – Professor da Universidade Aberta de Portugal

http://www.slideshare.net/bidarra/novos-ambientes-multimdia-interativos?src=related_normal&rel=7951826

Lévy, P. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1996

http://books.google.pt/books?id=IeNw_sOADVEC&lpg=PP1&dq=o%20que%20%C3%A9%20o%20virtual&hl=pt-br&pg=PA7#v=onepage&q&f=false

Manual de Ferramentas da web 2.0 para Professores – Ana Amélia A. Carvalho: http://www.crie.min-edu.pt/publico/web20/manual_web20-professores.pdf Acesso em: Dez/2011

Mason, Robin & Rennie, Frank (2008). E-Learning and Social Networking Handbook. New York: Routledge.

http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/mod/resource/view.php?inpopup=true&id=1675531

PINTO, Luis Castanheira. Maio de 2005. Cadernos Inducar.

http://www.inducar.pt/webpage/contents/pt/cad/sobreEducacaoNF.pdf Acedido em 02/2012

Siemens, G. (s/d) Flexible Learning. de elearnspace - everything elearning: http://www.elearnspace.org/starting/flexiblelearning.htm Acesso em: 12/2012